terça-feira, 4 de janeiro de 2011

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Fui cutucado na rua, me encontrava em uma fila o sol não comparecia, era cedo da tarde, eu procurava esquecer e lembrar ao mesmo tempo, eu procurava compreender e odiar no mesmo segundo, foi como naquele momento deixar de respirar, deixar de viver. Desde o momento em que eu acordará, até aquele momento que ali estava, os sentimentos assolavam meus sentidos, acordei de súbito de atraso, fiquei ciente que era manha, e mais um dia era contado, como um diapasão sobre o piano, os dias tem um toque e um retoque e o ritmo é variado de acordo com a melodia da felicidade.
Condensei sobre meus olhos no espelho o reflexo da amargura, a falta de sonhos que agora perseguia, eu senti o gosto do trago que não tomará, mas vivi ao perder os sentidos, ou o sentido da melodia, eu olhei no espelho e vi se esvair entre meus dedos um passado próximo, um futuro próximo, um presente épico, decorri ao fechá-los, os seus toques, que percorriam meu corpo e deglutiam minha mente, ali a respiração não cessava, sim o fôlego que descordava, era fogo que ardia no ártico de nossas vidas, era algo que em tão pouco tempo, não compreendia.
Pelas ruas chorei como se a morte adentrasse minha vida, como se o jargão de poetas dramáticos gritasse aos meus ouvidos, a derrota do amor pelas maldições de fantasmas, acordei sem saber o que havia acontecido, na verdade eu morri, na verdade voltei a ser um morto vivo.